terça-feira, 3 de maio de 2011

Expulsão como punição??

Professor defende punição severa a aluno, diz pesquisa


FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo


Os professores brasileiros querem punições mais duras aos alunos, na busca por disciplina, aponta um pesquisa nacional feita pela Organização dos Estados Ibero-americanos e pela Fundação SM. Chegam, inclusive, a defender a expulsão de estudantes.

As conclusões estão presentes no estudo "A Qualidade da Educação Sob o Olhar dos Professores", que entrevistou 8.773 docentes da educação básica no país.
Do total, 83% defenderam medidas mais duras em relação ao comportamento dos alunos, índice que chega a 94% se analisada apenas a rede pública.

O estudo não detalha o que são "medidas mais duras", mas outra questão apresentada indica uma possibilidade: 67,4% disseram que deveria chegar a haver expulsão de alunos.

"As escolas brasileiras são espaços desorganizados, pouco propiciadores de um ambiente facilitador para estudo e reflexão. Isso se deve a problemas de comportamento dos alunos e a problemas de gestão e organização [das escolas]", disse Maria Malta Campos, que coordenou o trabalho, ao citar o que pode influenciar na posição dos docentes.

Campos afirma que é contra a expulsão de alunos. "Muitos fatores precisam ser superados, mais abrangentes do que simples medidas punitivas."
Educadores afirmam que um dos principais problemas nas escolas, principalmente das públicas, é a falta de regras claras. Nos regimentos, por exemplo, existe a possibilidade de expulsão, mas ela é pouco aplicada.

"Somos agredidos verbalmente pelos alunos diariamente. Não há mecanismo para impedir indisciplina. O professor e a supervisão conversam com alunos e pais, mas não adianta", disse Ricardo Pinto, 41, que leciona história na rede estadual e municipal de São Paulo.
"Em tese, sou contra a expulsão, mas não tem outro jeito. Um aluno indisciplinado prejudica outros 40", completou.

O presidente da CNTE (confederação que representa os profissionais da educação), Roberto Franklin de Leão, diz que a pesquisa mostra "um pedido de socorro" dos professores.
"Estamos abandonados pelo Estado, sem condições adequadas de trabalho. Não há, por exemplo, ajuda psicológica para os alunos e os educadores."

"Vivemos uma época em que não há limites para nada", disse o pesquisador da Universidade de Brasília, Wanderley Codo. "A expulsão é necessária em alguns casos, como exemplo."

Já a presidente da Apaesp (associação de pais e alunos da rede estadual de SP), Hebe Tolosa, diz que "não se pode expulsar essas crianças, elas também precisam de socorro, de ajuda psicológica do Estado".



  Quando enconteri esse texto, logo me lembrei da discussão da última aula. O assunto era justamente a expulsão de alunos da escola, que na visão da maioria da turma não é o melhor a ser feito. Pois, os problemas que um aluno causa devem ser tratados e resolvidos. E tanto esse aluno como a sua família devem receber um apoio pedagógico e psicológico para solucionar esse problema. O caminho não é simplesmente expulsá-lo da escola, porque acabamos com esse problema em uma determinada instituição, mas, logo em seguida ele será inserido em outra, e as suas atitudes infratoras continuarão a causar conflitos entre o próprio aluno, os demais da classe, a escola  e a família.
 Como falou o nosso colega de classe, Josivaldo: "Cinco alunos indisciplinados prejudicam os outros vinte e cinco da turma."
  Espero que possamos refletir sobre esse assunto tão importante.


   Marcella Vasconcelos

Nenhum comentário:

Postar um comentário